O aporte, de valor não divulgado, servirá para evoluir a plataforma que coleta e analisa dados de comportamento de fãs e consumidores de clubes. Segundo o fundador e CEO Fernando Fleury, o dinheiro ajudará a manter as operações com mais folga, já que a jornada de vendas criada pela startup com seus clientes é um pouco mais longa.
“Nosso foco não é necessariamente vender, mas desenvolver uma inteligência artificial potente e altamente funcional. Não é todo e qualquer fundo que entende esse conceito. A maioria dos fundos fazem cobranças em cima de vendas e faturamento. Claro que temos metas nesse sentido também, mas são alocadas outras metas, como número de POCs, eficiência da AI, entre outras”, destacou o CEO em resposta ao Startups.
Com clientes atendidos como Corinthians, Atlético-MG e Fluminense, entre outras empresas do setor esportivo, a empresa utiliza IA para auxiliar na identificação de desejos e necessidades dos torcedores. A tecnologia ajuda ainda as organizações a aumentar a audiência, converter mais vendas e definir patrocínios mais valiosos.
Ainda de acordo com a Armatore, o aporte também ajudará a levar a solução para setores como o varejo e indústrias que coletam dados do comportamento de compra dos seus fãs e consumidores.
“Nosso foco é o mercado de Esporte & Entretenimento. Já atuamos com diversos esportes como Fitness e Futebol Americano. No geral, qualquer mercado que possuí dados de consumidores poderá utilizar nossa IA no futuro. Em nosso roadmap temos essa expansão, mas ainda precisamos treinar nossa IA para entender outros tipos de comportamento. Esse é um trabalho longo que está na mão de nossos cientistas. Mas no que tange a esporte, música, show business em geral nossa IA está com uma acurácia superior a 80%”, pontua o CEO.
Outro plano da companhia é colocar, em um modelo freemium, sua tecnologia de IA para ser utilizada em softwares desenvolvidos por entidades esportivas, assim como para parceiros que desenvolvam produtos para entidades esportivas. “Nossa meta e encerrar 2024 com faturamento na casa de R$ 2,5 milhões e 50 clientes, atingindo uma base superior a 1 milhão de fãs”, finaliza.
Dos sócios à concorrência
Ao comentar sobre como o jornalista Mauro Beting, atualmente comentarista no canal TNT, se tornou um dos sócios da Armatore, Fernando revela que foi um processo natural, já que eles já tinham uma relação prévia de outros projetos. “Durante o tempo de maturação da deeptech deu vários conselhos sobre o mercado esportivo e as conexões dos torcedores. Mauro é uma pessoa bem relacionado no meio esportivo e auxiliou abrindo portas para alguns POCs no começo da jornada da startup”, pontua.
Segundo o CEO, esta troca com um conhecedor do meio esportivo trouxe subsídios para o foco central da companhia, que é o de promover engajamento para impulsionar vendas. “Quando nós convidamos o torcedor a se engajar com algo, esse convite não pode ser uma moeda de troca paga como foi durante anos o sócio torcedor. O sócio torcedor convidava o torcedor a se engajar desde que ele pagasse por isso. Isso não gera engajamento, gera exclusão”, dispara.
Com a sua proposta, a Armatore compete em um mercado onde outras startups já estão posicionadas. Um caso recente é o da Fanbase, que recebeu um investimento pré-seed de R$ 1 milhão com a DOMO Invest. Perguntado sobre o assunto, Fernando pontua que as companhias não são concorrentes, mais sim complementares.
“Enquanto eles buscam centralizar a gestão dos fãs num único lugar, nós utilizamos esses dados centralizados para gerar KPI’s, identificar oportunidades de negócios e gerar insights preditivos textuais para áreas de marketing, vendas e comunicação. Enfim, são sistemas totalmente complementares que agregam valor ao mercado de Esporte & Entretenimento”, completa o CEO.